terça-feira, 20 de janeiro de 2009

História da Editora Bonelli por meio de seus autores: Gallieno Ferri

Photobucket

Quando, em 1960, Gallieno Ferri começa a colaborar com a Editora de Sergio Bonelli, ele já tinha uma carreira respeitada no mundo dos quadrinhos, iniciada em 1949.

Nascido em Gênova, em 21/03/1929, Ferri se dedica à profissão de desenhista quase por acaso, depois de ter exercitado por algum tempo a de geômetra. O encontro com as "nuvens falantes" acontece, na verdade, graças à realização de um concurso para desenhistas que o editor Giovanni De Leo publicou na revista Seculo XIX. Ferri responde ao anúncio, participa da seleção e é escolhido para ilustrar Il Fantasma Verde (O Fantasma Verde), uma série noir escrita pelo mesmo De Leo. O desenhista assina com o pseudônimo FERGAL, o mesmo que utilizará para o sucessivo Piuma Rossa (Pena Vermelha), um western escrito sempre por De Leo.

Photobucket

Logo após, Ferri desenha Fantax e Maskar, dois personagens baseados no literário Fantomas, e o western Thunder Jack, versão em quadrinhos de Polizia a Cavallo (Polícia a Cavalo), série de contos criada em 1950 por Vittorio Longo (Vick Loney).

Photobucket

Ferri se sai bem também como capista das séries Big Bill, le Casseur e Robin Hood e como ilustrador editorial e publicitário.

Nos anos 50, ele trabalha diretamente para o mercado francês, graças à Editora S.E.R., de Pierre Mouchott, já colaborador de De Leo, para o qual desenha Tom Tom, um índio do West, Kid Colorado e Jim Puma.

No fim da década, Ferri volta a colaborar com diversas revistas italianas, em particular com Il Vitorioso (O Vitorioso), e em 1960 bate também na porta das Edizioni Araldo.

Sergio Bonelli, que é o Diretor da Editora, lhe incumbe, primeiramente, os desenhos de alguns episódios de Giubba Rossa (Jaqueta Vermelha), escritos por seu pai Gian Luigi Bonelli. Depois dessa breve experiência, Ferri desenha Zagor, um western de tons fantásticos, pensado para um público mais jovem e menos sério do que aquele de Tex Willer, líder em vendas da Editora.

Photobucket

Sergio Bonelli, criador do personagem com o pseudônimo de Guido Nolitta, pensa na mesma hora em Gallieno Ferri como capista oficial e desenhista principal da série. Graças a seu traço detalhado e, ao mesmo tempo, dinâmico, à sua capacidade de "viajar" por diversos gêneros e de afrontar o drama e o humorismo com a mesma perícia, Ferri torna-se imediatamente o ponto de referência gráfica da série, continuando a colaborar continuamente até os dias atuais.

Em 1975, quando cria Mister No, Nolitta decide confiar um episódio do seu novo personagem ao traço de Ferri. A chegada do desenhista à série deveria limitar-se a uma única história, projetada para sair como a segunda da série, mas a sua interpretação do personagem convence a tal ponto Sergio Bonelli que, não apenas decide publicar o episódio no número de estreia, mas denomina Ferri capista oficial da coleção, tarefa da qual ele se desincumbe com perfeição até o número 115.

Photobucket

Já com a experiência em Zagor, Ferri é o desenhista que melhor retrata uma carga irônica no rosto de Mister No, sem todavia renunciar a seu ar aventureiro. Além disso, o Mister No de Ferri é pessoal também do ponto de vista de suas roupas. O desenhista o veste com uma jaqueta de pele e um par de botas, enquanto alguns colegas, dentre os quais se destaca Roberto Diso, no interior da revista o vestem com camisa elegante e com polainas.

Entre 1979 e 1983, Ferri se dedica também aos desenhos dos primeiros cinco gibis de Cico Speciale, série anual dedicada a Chico, o cômico ajudante de Zagor, e, de 1988 a 2006, realiza também os n. 1 a 10, 13 e 18 de Zagor Speciale.

Photobucket

Em suma, a partir do fim dos anos setenta, o Espírito da Machadinha absorve completamente a atividade do próprio desenhista, tanto que, em 2001, autor e personagem festejam os quarenta anos de vida editorial da série. Nos últimos anos, na casa entre as colinas genovesas onde vive, Gallieno Ferri, embora com um ritmo mais lento, prossegue seu trabalho, trazendo à luz as páginas do personagem. A vista do mar e da vegetação local talvez o ajude a inserir-se nas aventuras de seu amado Zagor.

Texto escrito por Davide Castellazzi e publicado em Mister No IF n. 15, de julho de 2008.

Nenhum comentário: